Imagem: Arquivo Cervejaria Walfänger
Sempre que tentamos relacionar pai com o universo cervejeiro, com frequência no nosso imaginário surge a cerveja favorita do patriarca ou como ele gosta da bebida. Ou ainda, a imagem de infância do churrasco de domingo perfeitamente harmonizado com algum estilo de cerveja.
Mas e quando esta lembrança vai além do degustar, ultrapassa as barreiras de consumo e chega ao patamar de encantar os filhos na produção da bebida, que cada dia cativa mais brasileiros? Esta é a base da história da Cervejaria Walfänger, localizada em Ribeirão Preto – SP. A ideia de fundar uma cervejaria nasceu do pai Augusto Balieiro e logo foi abraçada como projeto pelos filhos Raoni e Caio Balieiro.
Ana Vera Balieiro, esposa do Augusto e mãe de Raoni e Caio, relata com emoção como tudo começou, há exatos 10 anos. Na época Augusto possuía uma empresa voltada a promoção de feiras de negócios, já consolidada no mercado há 25 anos. Foi quando receberam uma proposta irrecusável para a venda da mesma.
Com a venda consolidada, nasceu o desejo de empreender em um novo seguimento. Unindo amor, negócios e a família. “Assim, por orientação de amigos ligados ao meio cervejeiro, e sabedores da preferência de Augusto pela cerveja, eu e ele fomos convidados a conhecer uma feira em São Paulo dirigida as cervejarias artesanais, a Brasil Brau. Isso foi ainda em 2011”. Destaca Ana.
Visitar a Brasil Brau foi o ponta pé inicial da família. Nesta época, segundo a mãe, Raoni, com 26 anos, já havia se formado em Agronomia e estava trabalhando, atuando profissionalmente em Santa Catarina, mas ansioso para voltar a sua terra natal. Já caio, com 22 anos, estava se formando em Comunicação Audiovisual em São Paulo, e começando a prospectar no mercado de trabalho. Foi então que viram na ideia do pai a oportunidade para reunir a família novamente no mesmo Estado e trabalhando em prol de algo em comum. O espirito empreendedor do pai, juntamente com a paixão em comum pela cerveja, reuniu todos em volta de um projeto único: ter uma cervejaria.
A história da Walfänger, está carinhosamente ligada a história da família. Desde o nome escolhido para o novo negócio. Walfänger, significa Baleeiro em alemão – alusão ao sobrenome da família.
No entanto, a família sentia a falta de algo especial. Para eles não era simplesmente estudar e fazer cerveja. Desejavam propor aos seus clientes uma experiência especial ao consumirem o produto. Foi então que viajaram, “no final do mesmo ano, a família resolveu conhecer de perto os mais tradicionais e conceituados fabricantes de cervejas artesanais pela Europa, e foi próximo a Munique (cidade da Bavária, ao sul da Alemanha) que eles encontraram sua fonte de inspiração para os estilos de cerveja que os agradou. O Monastério Andechs que começou suas atividades no ano de 1455 (antes da descoberta do Brasil!) e tinha as cervejas mais apreciadas pela família.” Eis então o padrão Walfänger, “inspirada na escola Alemã de Cerveja que tem a Lei de Pureza como “carro-chefe”, onde se aceita apenas água, malte, levedura e lúpulo na composição de suas cervejas. ” Ressalta Ana.
Em 2015 foi inaugurada oficialmente a Cervejaria, no Bonfim Paulista. As escolhas foram realizadas sempre em família, unindo pais e filhos. Nome, espaço para produção e comercialização, estilo de cerveja, receitas e assim por diante. Nada é uma decisão única, tudo coletivo pensando no bem do projeto sonhado de forma familiar.
Amor, família, tradição, respeito e diálogo, segundo a família Balieiro esta é a fórmula para o sucesso da empresa. Augusto na figura de pai, e com grande experiência administrativa, sempre esteve à frente da formação da empresa e na orientação de seus filhos, que com o tempo foram adaptando suas aptidões aos cargos mais compatíveis. Raoni atua na frente administrativa, industrial e comercial. Já Caio se encontrou no marketing e cuida dos bares. Ambos estão sob o olhar atento e experiente de Augusto, que periodicamente se reuni com seus filhos para alinharem planos e resolver pendências. “É uma relação de muito respeito e de muito diálogo, fundamental para acertos e diferenças que inevitavelmente existem entre gerações e de irmãos com perfis antagônicos, porém complementares.” Observa a mãe.
A união de talentos distintos de pai e filhos, juntamente com a família, segundo Ana, é o principal ingrediente para o sucesso do negócio que em seis anos de atuação já ampliou sua produção de cerveja em 10 vezes. “O resultado animador dessa empreitada familiar é fruto das diferenças entre pai e filhos, cada um com sua característica particular: Augusto é experiente, empreendedor, planejador e contemporizador. Raoni é também empreendedor, organizado, gestor e dedicado. Caio é criativo, tecnológico, carismático e comunicador. Assim, foi formado um trio diverso, mas harmônico em suas diferenças, e o elo mais importante dessa relação é sem dúvida nenhuma o respeito, os acertos e o amor que os une como família. ” Salientou a mãe emocionada com o sucesso da parceria.
Para os filhos da família Balieiro, Raoni e Caio, a relação do pai com a cerveja vai muito além das lembranças. A bebida é um símbolo da união familiar e de um projeto de vida coletivo. A veia empreendedora do pai, se uniu as características de cada filho e juntos diariamente colocam a Walfänger no topo das cervejarias brasileiras, com rótulos premiados em concursos nacionais e internacionais.
Uma resposta em “Cervejaria Walfänger: a união de pai e filhos”
Muito obrigada xará, vc complementou e abrilhantou a matéria! Parabéns!